por Rafaela
Desde que ficamos grávidas, comumente passamos a ouvir vários conselhos, palpites, comentários e muitas afirmações que nem sempre são verdades. Muitos pais acabam confusos e sem saber o que seguir ou no que confiar. Claro que em caso de dúvidas sempre devemos consultar o pediatra, mas nem sempre fazemos isto, certo??? Então, para desvendar muitas destas dúvidas abaixo você descobrirá quais delas são mitos e quais são verdades. Vamos lá???
Cerveja preta aumenta a produção de leite
MITO. De jeito nenhum – e o consumo de bebidas alcoólicas é proibido durante a amamentação. Existe, no entanto, uma explicação para essa crendice. A cerveja é diurética, então você faz xixi mais vezes, e isso faz com que consuma mais líquido. A melhor maneira de garantir uma boa produção de leite é colocando seu bebê para mamar (isso funciona como um estímulo) e bebendo bastante líquido – até sopa conta!Acorde-o para mamar nos primeiros meses, sempre
MITO. Se o bebê está crescendo e ganhando peso corretamente, você não precisa despertá-lo nem durante o dia nem de madrugada. Siga o esquema da livre demanda e ofereça sempre que seu filho quiser. Mas dois casos são exceções. Nas primeiras quatro semanas, alguns pediatras recomendam que você acorde o bebê caso ele não desperte para mamar a cada quatro horas. Se esse tempo é ultrapassado, ele pode desenvolver hipoglicemia (baixa quantidade de açúcar no sangue), o que pode levar a uma sonolência profunda e, em alguns casos, provocar lesões neurológicas. Outro caso que merece atenção são os bebês prematuros. Se precisar acordá-lo, trocar a roupinha já é suficiente para que ele abra os olhos.Conversar com os bebês não faz sentido
MITO. Muitas pessoas acreditam que o recém-nascido não consegue assimilar o que é dito. Mas, segundo a professora de Psicologia Izabella Paiva Monteiro de Barros, da Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), essa despretensiosa “conversa” é superimportante. “Além de estreitar os laços dos pais com o filho, ela ajuda a atribuir sentido às informações que o pequeno recebe do ambiente.” Um jeito de fazer isso é a mãe dizer, ao mesmo tempo que oferece o peito, “agora você vai tomar seu leite”, por exemplo. Uma pesquisa realizada com 50 bebês na Universidade Northwestern, em Illinois (EUA), provou que o recurso é eficiente. Eles mostraram uma figura com um peixe desenhado. Para alguns, falavam “peixe”. Para outros, a imagem veio associada a um bipe. Aqueles que ouviam a palavra aprenderam melhor a associá-la.Tomar mamadeira deitado pode causar dor de ouvido
VERDADE. Como o canal que liga a garganta ao ouvido é mais curto e horizontalizado no recém-nascido, o líquido tende a fluir com maior rapidez, principalmente se o bebê estiver deitado. Isso permite que o leite alcance o ouvido e suas bactérias se instalem ali. Aí existe o risco de se multiplicarem, provocando uma infecção. Até os 2 anos, a criança deve, portanto, estar levemente inclinada – em um ângulo de 30º a 45º – para evitar o problema.Levantar o braço da criança faz passar o soluço
MITO. O soluço é resultado da contração involuntária do diafragma e, como os diferentes estímulos aos quais o recém-nascido é exposto podem contrair o músculo, o problema é frequente nessa fase. Basta pensar que o bebê passou meses dentro da barriga da mãe, recebendo, pelo cordão umbilical, o alimento já metabolizado e, de repente, ele passa a ter de mamar, engolir, digerir, sugar, urinar, evacuar... Enfim, ele começa a exercer uma série de novas funções, como uma máquina que acabou de ser ligada. Então, não há muito que fazer. O jeito é esperar o soluço cessar naturalmente.Dormir de barriga para cima aumenta os riscos de o bebê regurgitar e engasgar
MITO. Quando dorme virada para cima, a criança consegue mexer a cabeça livremente para os dois lados, o que ela certamente fará se sentir algum incômodo. Se ainda assim ela engasgar, provavelmente ocorrerá a tosse – e aí talvez esteja a origem da associação que alguns pais fazem entre a postura do bebê e o engasgo. A posição que, de fato, oferece risco é a de barriga para baixo, por deixar o pequeno sem liberdade de movimento e sujeito a inalar o gás carbônico liberado na respiração, o que pode asfixiá-lo. Já existem inclusive diversos estudos que associam o hábito de dormir de bruços à morte súbita de recém-nascidos.A ansiedade da mãe aumenta a probabilidade de o bebê ter cólica
VERDADE. O sistema digestivo dos bebês é imaturo. Isso implica em movimentos involuntários de contração e relaxamento, que podem resultar em gases e cólicas, bastante comuns. E o estresse pode agravar esse sintoma. Ocorre que a criança é capaz de perceber as alterações de humor da mãe e também fica tensa, insegura. Daí o corpo dela reage, favorecendo a sensação dolorosa. Por isso, a mãe deve se acalmar e tentar evitar que a tensão transpareça.Bolsa de água quente melhora a cólica
VERDADE. Assim como o movimento de “bicicleta” feito com as perninhas, o calor diminui o incômodo causado pela cólica. A elevação da temperatura provoca a dilatação dos vasos sanguíneos e o relaxamento muscular. Assim, a dica para esquentar o local da dor e aliviá-la é lançar mão da bolsa – com a água em temperatura morna, para não queimar – ou encostar a barriguinha do bebê na da mãe.Vacina dá reação
EM TERMOS. Por ser um corpo estranho ao organismo, ela é capaz de provocar alguma reação. “Entretanto, hoje em dia isso acontece com menos frequência, já que os processos de imunização são mais modernos do que antigamente”, afirma o pediatra José Luiz Setúbal. Após a aplicação da vacina BCG (antituberculose), no entanto, é esperado que o recém-nascido apresente uma pequena ferida no braço que, depois de cicatrizada, forma uma marquinha. Já no caso da Sabin (contra a poliomielite), a reação é raríssima. Com a tríplice viral (que previne caxumba, rubéola e sarampo), há o risco de o bebê ter febre e dor local. Isso porque a vacina é composta pelos próprios vírus causadores da doença atenuados. Reações semelhantes podem ser observadas depois da administração da pentavalente (contra difteria, tétano, coqueluche, meningite e hepatite B). Um antitérmico costuma resolver, mas só pode ser tomado com orientação médica e depois de o sintoma se manifestar, já que o uso preventivo e indiscriminado pode prejudicar a resposta à vacina.Chupeta entorta os dentes da criança
MITO. No primeiro ano de vida, a chupeta não prejudica a estrutura dentária. “A razão de desestimularmos o uso do acessório é que o hábito interfere na amamentação”, justifica Leda. Mas se a criança já passou dos 2 meses e está ganhando peso, é sinal de que o aleitamento vai muito bem, obrigado. Mesmo assim, os pais precisam entender que a chupeta tem a função de acalmar e, por isso, não há necessidade de liberar seu uso indiscriminadamente. Isso só dificultará o abandono do objeto quando ele começar a ser prejudicial para valer. “Depois dos 2 anos, a utilização da chupeta certamente prejudicará o desenvolvimento dos dentes, já que ela projeta a língua para fora, empurrando os incisivos para frente”, explica. O melhor é que o recurso seja reservado, portanto, aos dois primeiros anos de vida e a situações pontuais, com o objetivo de tranquilizar o pequeno.Colocou na escola? Logo ele vai ficar doente
VERDADE. Até os 2 anos, o sistema imunológico do seu filho não está totalmente desenvolvido, e isso o deixa mais suscetível a infecções. Em um ambiente com muitas crianças, maiores são as chances de pegar alguma doença, como gripes e resfriados. Por outro lado, ele vai ganhando resistência e fortalecendo o sistema de defesa do organismo.Papinha tem que ser batida no liquidificador, sempre
MITO. Ela nunca deve ser batida (nunca!) porque fibras e nutrientes são perdidos. Outro problema é que a criança não aprende a diferenciar o sabor e a textura de cada ingrediente, o que não favorece a alimentação dela no futuro. O melhor é passar na peneira nas primeiras vezes e, a partir de 7 meses, amassar com um garfo. Dessa maneira é estimulada a mastigação, o desenvolvimento da musculatura facial e o nascimento dos dentes, que influenciam também a fala.Se fizer cara feia para a comida é porque não gostou
MITO. Espere por muitas caretas quando seu filho começar a comer as papas, sejam as de frutas ou as salgadas, porque o paladar dele desconhece esses novos sabores, e a primeira reação é cuspir tudo e fazer uma cara bem feia. Não desista e vá em frente. Quando você menos imaginar (e não vai demorar), ele vai estar abrindo a boca para ganhar uma colherada. Para que ele se acostume, é importante não oferecer os ingredientes misturados. Se ele recusar, tente novamente. Alguns médicos recomendam oferecer o mesmo alimento pelo menos 12 vezes e de maneiras diferentes: um dia assado, no outro, cozido, e assim por diante.Cachorro “dá” alergia em bebê
MITO. Não é uma regra. Cerca de 20% das crianças vão ter algum tipo de alergia. Dessas, 30% são sensibilizadas por animais. Funciona assim: o organismo da criança entra em contato com o agente (nesse caso, o pelo do animal) e o sistema imunológico encara aquela substância como algo perigoso. Mas não acontece com todo mundo, e um estudo norte-americano mostrou que o contato precoce com animais, desde os primeiros meses de vida, pode ter o efeito oposto: ele fez que com que algumas crianças não desenvolvessem alergia. Além de fortalecer o sistema imunológico, o convívio com esses bichos facilita a socialização do seu filho.
Fonte: Revista Crescer
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